Os 10 alimentos industrializados vilões da alimentação infantil” Site tempo de Mulher
Nuggets, refrigerantes,sucos de caixinha, biscoitos recheados, salsicha ou hambúrguer congelado: qual criança não se derrete por essas guloseimas e qual pai e mãe, na correria do dia a dia, não costuma oferecer aos filhos a dieta acima? O problema, explicam nutricionistas consultadas pelo Tempo de Mulher, é que esses alimentos industrializados muitas vezes são ricos em sódio, gordura e açúcares refinados,os grandes vilões da alimentação, quando consumidos com frequência.
“Os nuggets, preparados com carnes processadas, contêm muito conservantes e têm alto teor de gordura, por isso devem ser substituídos por peito de frango empanado caseiro”, recomenda Ana Carolina Terrazan, especialista em Nutrição Materno-Infantil e Doutoranda em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Federal do Rio Grandedo Sul (UFRGS). Já o refrigerante não traz qualquer benefício para a saúde. “São bebidas com altíssimo teor de sacarose, sódio e muitos corantes. As versões light e zero possuem adoçantes não indicados para crianças”, afirma Ana Carolina.
Já os biscoitos recheados,alimentos sempre presentes na rotina infantil, não agregam valor nutricional significativo à alimentação da criança e carregam gordura saturada, trans, corantes e elevado teor de açúcar. “Um pacote de biscoito recheado apresenta 30 gramas de gordura e 50g de açúcar, equivalendo a 8 pães franceses”,adverte Karoline Basquerote, especialista em Nutrição Clínica e Doenças Crônicas do Hospital Moinhos de Vento e Pós-graduanda em Nutrição em Pediatria pelo Instituto de Pesquisas Ensino e Gestão em Saúde(IPGS).
No entanto, ressalta Ana Carolina Terrazan, alguns produtos podem ser utilizados com mais tranquilidade do que outros. O grande problema é que, em muitas casas, o alimento industrializado está 100% presente no dia a dia, enquanto os alimentos in natura ou as preparações caseiras não fazem parte da rotina alimentar.
“Em se tratando de alimentação infantil temos um número crescente e alarmante no consumo de alimentos ricos em sódio, gordura e açúcares refinados e estes são prejudiciais quando consumidos rotineiramente. Há muito com o que se preocupar quandotemos consumo desenfreado de produtos cujos ingredientes principais são estesacima citados”, adverte Ana Carolina.Ela explica ainda que a gordura presente nestes alimentos raramente é um tipo de gordura “saudável”,sendo normal encontrar altos teores de gordura trans ou saturada em pequenas porções com uma quantidade de sódio (utilizado como conservante) que muitas vezes ultrapassa os limites de consumo aceitáveis para um dia inteiro.
“A quantidade de açúcares também vai além da conta e, muitas vezes, os produtos apresentam muito mais açúcar em sua composição do que o alimento/nutriente natural, como, por exemplo, os sucos de caixinha em relação à fruta. O fato é que muitas famílias oferecem estes alimentos em demasia e ignoram os problemas que podem vir a enfrentar no futuro”, adverte a especialista em Nutrição Materno-Infantil, Karoline Basquerote.E há ainda mais um problema. A especialista alerta que devemos evitar os alimentos industrializados com grande quantidade de conservantes e aditivos químicos em sua composição porque, além de serem pobres em nutrientes, eles prejudicam a absorção das vitaminas e minerais fundamentais a nosso organismo.
E faz um alerta: o consumo excessivo desses tipos de alimentos está fortemente relacionado ao surgimento da obesidade infantil e, consequentemente, de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e dislipidemias (níveis elevados de gordura no sangue).”Com o crescente aumento da obesidade infantil, diversos estudos têmapontado a alimentação inadequada, baseada em alimentos industrializados, comoum dos principais vilões a desencadear doenças crônicas cada vez maisprecocemente. Doenças que um tempo atrás eram encontradas apenas em adultos e idosos e que agora já apresentam casos espantosos na população infantil”, afirma Karoline.
No entanto, nada de radicalismos na hora de riscar estes alimentos de uma hora para outra da rotina alimentar dos filhos. “Tenho duas filhas, estudo e trabalho comalimentação infantil e posso afirmar que a palavra “radical” não seencaixa com educação alimentar. A alimentação é um momento de confraternização e deve ser prazerosa, não incluindo o “proibido”. Sou a favor do eventual e da moderação. Se uma criança é educada desde pequena a uma alimentação adequada e saudável, automaticamente o consumo desses alimentos será moderado e não precisará ser restrito”, observa KarolineBasquerote.Para as crianças que já consomem as “guloseimas”, é possível estabelecer metas. O ideal, aconselha Ana Carolina Terrazan, é nunca cortar tudo de uma só vez.
“Os pais e crianças precisam fazer combinados e se possível consultar um nutricionista especialista em pediatria que possa sugerir alternativas saudáveis, adequadas e atrativas ao paladar infantil.Levar as crianças ao supermercado ou às feiras é sempre uma boa alternativa para colocar a criança em contato com os alimentos e instigar a curiosidade por outros sabores”, recomenda a especialista em nutrição.”Os pais devem estar cientes que, para que os filhos tenham bons hábitosalimentares, eles também precisam ter. As crianças normalmente se espelham nos pais e fica difícil para elas entenderem que um alimento não é saudável se os pais comem todos os dias ou que é saudável e deve-se comer se os pais não o fazem. Uma dica para aqueles que oferecem esse tipo de alimento diariamente seria reduzir a oferta desses alimentos para algumas vezes na semana inicialmente e seguir as orientações do nutricionista para a reeducação alimentar”,completa Karoline.
Refrigerantes, sucos de caixinha, biscoitos recheados, alimentos ricos em sódio, gordura e açúcares refinados não devem ser consumidos sempre, explicam nutricionistas consultadas pelo Tempo de Mulher.
Entrevista Programa TVCOMTudo+ “Manhê” – Alimentação Infantil (20/11/2013) Pontos importantes da entrevista: “Pais e família são o melhor exemplo para alimentação saudável” “Crianças (crianças menores de um ano, não!! crianças maiores de 2 -3 anos..) podem EVENTUALMENTE consumir alimentos “guloseimas” mas precisam ter limites e saber fazer as melhores escolhas” http://videos.clicrbs.com.br/rs/tvcom/video/tvcom-tudo-mais/2013/11/tvcom-tudo-mais-manhe-como-conquistar-equilibrio-alimentacao-dos-pequenos/51521