Alimentação na gestação e lactação x paladar infantil

 

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Obesidade infantil tem sido tema de diversos estudos, bem como a prevenção desta patologia tem sido objetivo de inúmeras políticas públicas e esforços dos profissionais da área da saúde.

 

 

Achados recentes relacionam  formação do paladar infantil à exposição precoce aos diversos sabores. E ainda, relatam que muitos fatores podem contribuir para a obesidade infantil, dentre estes, a diminuição da atividade física, aumento das porções de comida e diminuição do consumo de frutas e hortaliças aparecem como principais. A exposição precoce (entenda-se:  desde o consumo materno durante a gestação  e lactação, e no momento adequado de introdução da alimentação complementar) à frutas e hortaliças ou a alimentos de alta concentração de gorduras e açúcares são relacionados com a preferencia e consumo alimentar infantil.

Ainda antes de iniciar a introdução da alimentação complementar, existe um potencial para introduzir as crianças  a uma grande variedade de sabores. Ambos, líquido amniótico e leite materno são fontes de experiências quimiosensoriais indiretas, e a exposição à diferentes  sabores  nestes períodos pode influenciar as preferencias alimentares ao longo da vida.

Em recentes revisões, há sugestão de que a variedade de sabores, principalmente em períodos de exposição indireta pode ser fator importante para melhores prognósticos dietéticos. Tais evidências corroboram a necessidade e importância de se promover uma alimentação variada e adequada durante a gestação e lactação. E ainda, embasa mais uma das vantagens e importância do aleitamento materno.

Assim, é fundamental explanar para as pacientes, gestantes e lactantes os motivos pelos quais elas devem seguir uma dieta equilibrada e variada, devendo evitar qualquer tipo de  dieta restritiva, tendo como objetivo manter a saúde materna, mas também, possibilitando uma melhor aceitação alimentar infantil, servindo como prevenção à obesidade e seus fatores de risco.

As evidencias sugerem ainda que o meio pode ter papel relevante para que a criança se alimente bem. Tornando mães, pais e cuidadores determinantes para a formação do hábito alimentar infantil. Valendo-se do conhecimento de que as crianças aprendem por imitação durante boa parte de sua formação, é razoável pensarmos que em famílias cujo padrão alimentar segue as premissas da alimentação saudável e em  que os pais/ cuidadores / familiares que cercam esta criança sigam dieta rica em frutas, verduras, legumes, cereais e evitem alimentos ricos em açúcares e gorduras, as crianças sejam mais propícias a aceitar alimentação “saudável”.

Logo, a possibilidade de crianças cujas mães mantiveram alimentação variada e equilibrada no período gestacional e de lactação, e cujas famílias tem por hábito alimentação pobre em açúcares e gorduras, aceitarem alimentos mais saudáveis é maior do que aquelas cujas experiências indiretas e de exemplo familiar são de alimentação de padrão não saudável.

Referências

Cooke L, Fildes A. The impact of flavour exposure in utero and during milk feeding on food acceptance at weaning and beyond. Appetite 57 (2011) 808–811

Oostindjer, M; Bolhuis E.; Brand H et al. Prenatal flavor exposure affects growth, health and behavior of newly weaned piglets. Physiology & Behavior 99 (2010) 579586

Trout K; Wetzel-Effinger L. Flavor Learning In Utero and Its Implications for Future Obesity and Diabetes. Curr Diab Rep (2012) 12:6066

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Publicado por Nut Ana Carolina Terrazzan

Nutricionista Materno-Infantil

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